quarta-feira, 19 de março de 2008

Com o Natal a acontecer, decidi fazer cozido à portuguesa para o almoço de consoada.

Às vezes consigo surpreender-me até a mim.


Fui apenas prática: raramente tenho toda a minha familia sentada à minha volta!

Somos uma familia de nómadas.


Todos nós gostamos desse prato, rico, quente e de sabores mistos, mas cada uma de nós, eu e as mulheres que me pertencem, raramente o faz, por termos um núcleo demasiado pequeno para alimentar.

Além do mais, ainda sentia raiva por ter estado a cozinhar durante horas, um mês antes, um cozido à portuguesa, para alguém que não o quis provar.

Ao contrario da canção de Pedro Abrunhosa, que espera que alguém lhe leve os seus fantasmas, eu própria trato de exorcizar os meus.


Ninguém tem que levar com os nossos fantasmas.


Ainda numa onda de continuar a exorcizar, fiz uma mousse de chocolate deliciosa e uma baba de camelo leve e cremosa, que foi o culminar de uma overdose de actos de amor, como é, cozinhar.


Acendi as velas, as luzes, abri as garrafas de vinho tinto, maduro como eu.

Vivi o dia de Natal, como vivo todos os dias em que tenho a familia reunida.


O Natal é sempre que um homem quiser, acredito eu.

Nenhum comentário: